Tentando arrumar a bagunça aqui acabei separando os meus protoboards (ou matriz de contatos ou breadboard ou pront-o-labor ou outro nome qualquer) e tirei umas fotos pra mostrar pra vocês e contar algumas histórias.
Começando do começo, meu primeiro contato com estas placas foi por volta de 1987-88 vendo minha irmã montando os trabalhos do curso técnico. Alguns anos depois foi a minha vez, na mesma escola e provavelmente com as mesmas placas. Como os "protos" já haviam passado pelas mãos de muitos alunos não era dificil encontrar algum mau contato, furos alargados, plástico derretido e outras falhas. E foi no terceiro ano que meu grupo na feira anual da escola resolveu montar um robô seguidor de trilha. O robô tinha quase um metro de comprimento, era pesado e podia levar uma pessoa em cima (pelo menos nos testes ele aguentou). O circuito de controle estava espalhado por três protoboards daqueles grandes, todo com lógica discreta. Naquela época eu ainda estava começando a aprender Z80. Claro que não funcionou e acabamos não apresentando nada...
Pula alguns anos (1999 e já na faculdade e também numa feira anual) lá estava a Séfora com o seu protoboard montando um circuito de acionador de cargas via telefone (clássico DTMF com MT8870) faltando algumas horas para começar a feira. Ela me pediu ajuda e lá fui eu ajudar a descascar fios e montar o circuito, com o esquema desenhado a mão numa folha de papel toda amassada. Não me lembro quando nem como aconteceu, mas este protoboard acabou aqui em casa e está comigo até hoje. Quem acompanha o blog já deve ter visto ele em algum vídeo ou postagem (é um PL-553):
Ele ainda está com a montagem da fonte de tensão negativa. Este é dos antigos, com a placa de baixo de metal e o nome da empresa que fabricava ainda era Shakomiko. Hoje as placas de baixo são de plástico e a empresa se chama só Shako.
Há uns dois anos ganhei da Séfora (não sei onde ela conseguiu) um destes protos com placa plástica, do modelo PL-551. Retirei a parte de baixo e coloquei numa placa de protótipos da Sure Electronics:
No momento está montado um circuito de testes com a decepcionante placa "Freedom Board" da Freescale (preciso escrever sobre isso). Quando concluir os testes vou montar os componentes, que vieram numa caixa plástica bem legal:
Normalmente uso os protoboards para pequenos testes. Prefiro mais usar placas padrão de fenolite ou fibra de vidro que podem ser cortadas no tamanho apropriado, não apresentam tantos problemas e podem servir até como montagem final.
Ah, lembrei de outra história. Havia um pessoal por aqui na década de 80 e inicio dos 90 que faziam montagens em protoboard sob encomenda. Lembro que era cobrado por conexão, quanto mais fios mais caro ficava. E o pessoal caprichava, com os fios dobrados em angulos de 90 graus, cores combinando e tudo mais. Ficava muito bonito (e funcionava).
Outro protoboard que tenho aqui é este modelo mais recente (PL-554H), também com placa metálica:
Encontrei ele num ferro velho recentemente. Preciso desmontar e dar uma limpada.
E dos ferro velhos da vida veio esta outra aqui, que veio com um circuito montado:
Alguém teve um certo trabalho montando o circuito e fiquei com pena de desmontar. Já pensei várias vezes em fazer isso, mas sempre desisti. Gostei do circuitinho. Ele tem uma EPROM 2716, dois contadores CD4024 e mais dois CIs CD4050, além de um LED laranja. Não sei o que ele faz, mas se desta vez eu realmente desmontar a placa já pensei em dar uma olhada no que está gravado na EPROM. Comprei ela na mesma época em que encontrei aquele arcade MSX (2009).
O curioso deste protoboard é que ele também é uma montagem. São duas placas básicas aparafusadas em cima de uma placa de fenolite cheia de furos com duas cantoneiras de aluminio. Olha a parte de baixo: